domingo, 13 de outubro de 2013

Irã rejeita exigência do Ocidente de enviar estoques de urânio ao exterior

DUBAI/VIENA (Reuters) - O Irã rejeitou neste domingo a exigência do Ocidente de enviar material nuclear sensível para fora do país, mas assinalou flexibilidade em outros aspectos de suas atividades atômicas que preocupam as potências mundiais, antes de novas negociações nesta semana.

Conversas sobre o programa nuclear do Irã, programadas para começar em Genebra na terça-feira, serão as primeiras desde a eleição do presidente iraniano Hassan Rouhani, que tentou melhorar as relações com o Ocidente para cimentar um caminho para o fim de sanções econômicas.

A eleição de Rouhani em junho, sucedendo Mahmoud Ahmadinejad, levantou a esperança de uma solução negociada a uma disputa que já dura uma década sobre o programa nuclear do Irã, que, de outra forma, pode provocar uma nova guerra no volátil Oriente Médio.

As declarações no domingo do vice-ministro iranianodas Relações As declarações no domingo do vice-ministro iraniano das Relações que querem que o Irã entregue urânio enriquecido a uma concentração físsil de 20 por cento, um passo técnico em direção ao material para armas.

No entanto, Araqchi, que participará das conversas na Suíça, foi menos linha-dura sobre outras áreas do enriquecimento de urânio, que Teerã diz ser para fins pacíficos de abastecimento nuclear, mas que o Ocidente teme possa ter por objetivo desenvolver a capacidade de armas nucleares.

"É claro que vamos negociar com relação à forma, quantia e vários níveis de enriquecimento (de urânio), mas enviar o material para fora do país é a nossa linha vermelha", disse no site da televisão estatal.

Nas negociações desde o início de 2012, as potências mundiais exigem que o Irã suspenda o enriquecimento de 20 por cento, envie parte de seus estoques existentes de urânio para o exterior e feche a instalação subterrânea de Fordow, onde é produzida a maior parte do enriquecimento de grau mais alto.

Em troca, ofereceram levantar as sanções ao comércio em ouro, metais preciosos e petroquímicos, mas o Irã, que deseja que as restrições ao petróleo e bancárias sejam removidas, rejeitou tal oferta. Diz que precisa de urânio enriquecido a 20 por cento para um reator de pesquisa médica.

No entanto, a declaração de Araqchi pode ser "a postura costumeira pré-negociação", disse o especialista em Oriente Médio Shashank Joshi do Royal United Services Institute(RUSI) em Londres.

"É fácil imaginar um acordo no qual o Irã envie apenas parte de seu urânio para fora, permitindo que a equipe de negociadores reivindique uma vitória. Há muitos acordos em potencial que poderão ser explorados", disse Joshi à Reuters.

Cliff Kupchan, diretor e analista do Oriente Médio na consultoria de risco Eurasia Group, partiu de um raciocínio similar, dizendo que o Irã estava buscando ganhar vantagem antes das negociações.



"Mesmo assim, é preocupante um importante negociador iraniano estabelecer linhas vermelhas tão cedo. Essas vão ser negociações duras."

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