domingo, 22 de abril de 2012

Nova rota pelo Ártico vira opção de navegação com derretimento de icebergs

da BBC Brasil:
Submarino HMS Tireless, da Marinha Real Britânica, 
atravessa as águas do Ártico em 2007 
Cem anos depois do naufrágio do Titanic, uma nova rota de navegação comercial ligando o Atlântico Norte e o Pacífico pelo Ártico, apresenta riscos e desafios ainda desconhecidos, apontam especialistas.

Conhecida como Passagem do Nordeste ou Rota Marítima do Norte, a partir de 2009 a região tornou-se uma opção viável em diferentes épocas do ano.

A abertura da rota só foi possível pelo derretimento de icebergs e áreas de gelo devido às mudanças climáticas, aponta o relatório Segurança e Transportes 1912-2012, do Titanic ao Costa Concordia, elaborado pela seguradora alemã Alianz.

''A operação de navios na região está exposta a uma série de riscos, como más condições climáticas e dificuldades de comunicação, e muitos permanecerão desconhecidos por muito tempo'', acrescenta a pesquisa.

Ártico desconhecido

Chris Parry, contra-almirante reformado da Marinha Real Britânica, onde atuou por 35 anos, diz que a principal dificuldade da navegação na região é o fato de que o Ártico ainda é amplamente desconhecido, sem cartas náuticas elaboradas.

''Embora a Marinha russa tenha operações no Ártico, a região ainda é desconhecida, e não há estruturas de resgate. Conforme esta rota for mais utilizada, haverá a necessidade de usar satélites para mapeá-la'', diz.

Ex-presidente do Comitê de Gerenciamento Marinho da Grã-Bretanha, Parry avalia que a Rússia, os Estados Unidos e o Canadá devem ser os três países mais interessados na importância estratégica e comercial da região, que deve crescer como rota comercial marítima na próxima década.

O relatório da Allianz prevê ainda que as operadoras de navios deverão construir embarcações com estruturas específicas e treinamento especial para a tripulação.

''Outros aspectos que precisam ser considerados são as implicações de segurança, a experiência da tripulação em navegação no gelo e treinamento emergencial'', acrescenta o estudo.

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