quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Bradesco supera previsão de lucro no 4º tri, mas inadimplência e provisões sobem

SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco superou previsões de lucro no quarto trimestre, apoiado em maiores receitas com juros, seguros e tarifas, além de rígido controle das despesas, compensando com sobras o aumento da inadimplência e das provisões para calotes.

O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 4,353 bilhões de reais no período, alta de 9 por cento sobre igual etapa de 2014. Em bases recorrentes, o lucro foi de 4,562 bilhões de reais, aumento de 10,4 por cento sobre um ano antes e acima da previsão média de analistas de 4,298 bilhões de reais.

O Bradesco fechou 2015 com carteira de crédito de 474,027 bilhões de reais, alta anual de 4,2 por cento puxada por grandes empresas (+9,5 por cento) e, na pessoa física, os segmentos imobiliário (+27,1 por cento) e consignado (+16,7 por cento).

Em comunicado separado, o banco previu alta de 1 a 5 por cento de seu estoque de financiamentos em 2016. Se confirmado, o número marcará o segundo ano seguido de expansão abaixo da inflação. Em 2015, o IPCA subiu 10,7 por cento. Para este ano, a previsão do mercado é de alta de 7,23 por cento do índice.

Ainda assim, o banco teve no quarto trimestre maiores receitas com juros, dado que o spread médio --a diferença entre custo para captar recursos e a cobrada dos clientes-- melhorou, num ambiente de taxas de juros mais elevadas.

O banco também registrou alta de 13,7 por cento no lucro das operações de seguros e teve uma receita com serviços e tarifas 13 por cento maior, ambos na comparação anual. Por fim, conseguiu restringir o aumento das despesas administrativas a 7,4 por cento em relação ao último quarto de 2014.

Em contrapartida, como o próprio banco havia previsto, os efeitos da recessão no país fizeram seu índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, subir a 4,1 por cento, acima dos 3,8 por cento do trimestre anterior e dos 3,5 por cento do último quarto de 2014.

Entre outubro e dezembro, as despesas da companhia com provisões para perdas com calotes somaram 4,192 bilhões de reais, aumento de 8,8 por cento na comparação sequencial e de 26,8 por cento sobre um ano antes.



Isso em parte pressionou o rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido, que mede como o banco remunera o capital dos acionistas, que caiu a 20,5 por cento no período, queda de 0,7 ponto percentual sobre o terceiro trimestre, mas aumento de 0,4 ponto sobre um ano antes.

Nenhum comentário: