SÃO PAULO, 18 Mar (Reuters) - Pela segunda semana seguida, o mercado elevou a projeção para a Selic em 2013, passando a 8,25 por cento ao ano, ante 8 por cento, ao mesmo tempo em que reduziu as estimativas para inflação e crescimento econômico no período, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira.
Pelo levantamento, a mediana dos analistas consultados pelo BC também passou a ver a taxa básica de juros --hoje na mínima histórica de 7,25 por cento ao ano-- maior no final de 2014, a 8,50 por cento, frente aos 8,25 por cento apurados até então.
Na semana passada, o BC piorou seus cenários de inflação tanto em 2013 quanto 2014 na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual não mexeu na Selic. Além disso, destacou que é preciso ter "cautela" na condução da política monetária e deixou o mercado dividido sobre os passos do BC ao longo do ano.
O Focus mostrou, por outro lado, que a mediana no médio prazo para a Selic do Top 5 --instituições que mais acertam suas previsões-- foi reduzida neste ano, passando a 8,25 por cento, ante 8,50 por cento. Para 2014, o movimento foi no mesmo sentido, com a estimativa agora em 7,75 por cento, ante 7,88 por cento.
INFLAÇÃO
Os analistas consultados pelo BC veem agora o IPCA em 5,73 por cento neste ano, ante 5,82 por cento na pesquisa anterior. Para 2014, por outro lado, o cenário piorou, com o indicador subindo a 5,54 por cento, ante 5,50 por cento da mediana anterior.
A perspectiva para a expansão da economia brasileira em 2013 foi reduzida a 3,03 por cento, ante 3,10 por cento anteriormente, mesmo após sinais de recuperação da atividade no início do ano tanto do setor de varejo quanto da indústria.
As vendas no varejo mostraram recuperação no início deste ano com uma alta de 0,6 por cento em janeiro ante dezembro, recuperando a queda de 0,4 por cento no último mês do ano passado.
Esse resultado soma-se ao avanço de 2,5 por cento da produção industrial no primeiro mês do ano, maior expansão mensal em quase três anos.
Para 2014, os analistas mantiveram suas contas para o crescimento do PIB em 3,50 por cento.
Já a expectativa para o câmbio no final deste ano foi mantida em 2 reais pela terceira semana seguida.
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