sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Feirão do Imposto alerta consumidor sobre peso da carga tributária

Da Agência Brasil
Um minimercado foi montado hoje (16), no Largo da Carioca, centro do Rio de Janeiro, para chamar a atenção da população sobre a quantidade de impostos embutidos nos preços de produtos consumidos diariamente. Nas prateleiras, aparecem diversos itens da cesta básica, como arroz, feijão, farinha, biscoitos, além de eletrônicos, como aparelho de DVD e televisão. Em cada um deles, etiquetas revelam os preços médios cobrados nos estabelecimentos comerciais e o percentual de impostos que incidem sobre eles, na maior parte das vezes desconhecidos pelo consumidor.
A iniciativa na capital fluminense é do Conselho de Jovens Empreendedores da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Amanhã (17), o Feirão do Imposto será promovido também em cerca de 150 cidades de 20 estados.
Para o presidente do conselho, Paulo Gontijo, o consumidor precisa saber o que paga ao governo para exigir melhores serviços.
“Muita gente não imagina o quanto paga em impostos camuflados. Se todo mundo souber o peso disso no orçamento, vai poder cobrar de forma mais eficaz a contraprestação dos serviços, ou seja, exigir que as ruas sejam mais bem pavimentadas e iluminadas, que a polícia seja mais estruturada”, destacou. “Além disso, poderemos refletir melhor na hora de votar, avaliando se os governantes estão nos devolvendo o volume de impostos que pagamos em serviços bem prestados”, acrescentou.
De acordo com Gontijo, entre os produtos com as maiores taxações estão os importados em geral, além de cigarros e álcool. Os impostos chegam a representar 80% do preços dessas mercadorias.
“Esses casos são até compreensíveis, até porque para cigarro e álcool tem a questão da saúde pública. Existem outros exemplos, no entanto, que são no mínimo estranhos. Na água, que é um produto de necessidade básica, e nos biscoitos, que integram a cesta básica, os impostos correspondem a 40% do valor de venda. O consumidor poderia pagar bem menos por esses produtos se a carga tributária fosse menor”, disse.
O motorista Sérgio Roberto de Lima, morador da Vila Kennedy, na zona oeste do Rio, se surpreendeu ao ver as etiquetas dos produtos. Segundo ele, é “desanimador” saber o peso que os impostos têm em seu orçamento “já tão apertado”.
“Levei um susto. A gente sabe que paga muitos impostos, mas não sabia quanto exatamente. O pior de tudo é ver que apesar disso não temos tanto retorno, principalmente o pobre. Nos hospitais, faltam médicos. É desanimador”, disse.
Dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) revelam que em 2011 o brasileiro já pagou cerca de R$ 1 trilhão em impostos aos governos federal, estadual e municipal.

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