sexta-feira, 19 de agosto de 2011

IPCA-15 sobe 0,27% em agosto, mais que previsto


Da Reuters

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu mais do que o esperado em agosto, afastando-se ainda mais da meta do governo em razão de preços mais elevados de alimentos, aluguéis e artigos de residência.
O IPCA-15 subiu 0,27 por cento em agosto, ante alta de 0,10 por cento vista em julho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O número ficou acima de todas as previsões de analistas consultados pela Reuters. A mediana das 16 respostas era de uma alta de 0,19 por cento, em uma faixa de 0,15 a 0,24 por cento.
Em 12 meses até agosto, o indicador subiu 7,10 por cento, mantendo-se acima do teto da meta do governo no ano, que é de 6,50 por cento. Em 2011, o IPCA-15 já subiu 4,48 por cento.
Apesar de estar mais de 0,5 ponto percentual acima do teto da meta, efeitos estatísticos devem permitir que a taxa acumulada em 12 meses comece a cair a partir do mês que vem, argumenta o Banco Central. A previsão do mercado, segundo o boletim Focus, é de que a inflação acumulada em 12 meses diminua em 2011 e encerre a 6,26 por cento, já dentro da meta do governo.
Ainda assim, o número esfria as apostas já minoritárias em um corte da taxa básica de juros, atualmente a 12,50 por cento, já neste ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para qual se espera o fim do ciclo de altas da Selic, termina em 31 de agosto.
"O Copom não deve cortar juros ... A inflação continua demandando cautela", disse o estrategista-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno.
Após a divulgação, as projeções de juros de prazo mais curto subiam na BM&FBovespa, com o DI janeiro de 2012 a 12,13 por cento, ante 12,11 por cento no ajuste de quinta.
COMPONENTES
Os custos do grupo Alimentação e Bebidas subiram 0,21 por cento no mês, voltando a crescer após terem registrado deflação de 0,39 por cento em julho. O preço de refeições em restaurante, com alta de 0,92 por cento, foi o que mais pesou, com impacto individual de 0,04 ponto no índice.
Além disso, segundo o IBGE, "vários alimentos que estavam em queda no mês anterior subiram em agosto. É o caso do feijão (carioca, de menos 0,73 por cento para 1,21 por cento), do arroz (de menos 1,29 por cento para 0,34 por cento) e das carnes (de menos 1,50 por cento para 0,52 por cento)".
Os preços de Habitação subiram 0,32 por cento, ante alta de 0,28 por cento em julho, com uma pressão adicional dos custos do aluguel residencial, com alta de 1,06 por cento.
Os custos de Vestuário tiveram oscilação positiva de 0,68 por cento em agosto, acima da alta de 0,15 por cento de julho, enquanto que os preços de Artigos de Residência avançaram 0,66 por cento, ante 0,21 por cento em julho.
Os preços de Transportes tiveram oscilação positiva de 0,03 por cento em agosto, após queda de 0,02 por cento em julho.
Segundo cálculos no mercado, o índice de difusão, que mede a porcentagem de preços em alta no IPCA-15, também aumentou, de 53,9 por cento em julho para 63,8 por cento em agosto.
O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, índice usado pelo governo como referência para as metas de inflação. A única diferença é o período de coleta dos preços. Os preços foram coletados de 14 de julho a 12 de agosto e comparados com aqueles vigentes de 14 de junho a 13 de julho de 2011.

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