Da Reuters
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
IBC-Br cai 0,26% e reforça aposta manutenção da Selic
Depois de mais de dois anos e meio sem mostrar retração da atividade econômica, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou queda de 0,26 por cento em junho, surpreendendo o mercado e reforçando apostas de que a autoridade monetária deve manter a Selic estável em 12,50 por cento ao ano neste mês.
A última vez que o indicador, considerado uma variação do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), havia mostrado queda na comparação mensal foi em dezembro de 2008, quando ficou em 122,5 pontos, durante o auge da crise internacional.
A atividade econômica tem sido um dos principais indicadores observados pelo BC para direcionar a política monetária do país. Nos dias 30 e 31, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne novamente para definir o futuro da Selic.
O economista do Goldman Sachs Paulo Leme aposta que a desaceleração econômica mostrada pelo indicador deve levar o BC não mexer na taxa básica de juros do país, depois de a ter elevado de 10,75 por cento para o atual patamar neste ano.
"A implicação para a política monetária é direta: o ritmo menor da atividade e destacados riscos de baixa ao crescimento devido aos choques globais eleva a perspectiva de que na reunião de agosto o Copom não elevará a taxa de juros", informou por meio de relatório.
"A avaliação é de que a economia provavelmente desacelerou muito mais que nós esperávamos no segundo trimestre de 2011, indicando que as condições iniciais para a atividade estão piores mesmo antes de considerarmos o risco dos choques contracionistas vindos do exterior."
O economista do departamento de pesquisas do Barclays Capital Marcelo Salomon acredita que a forte queda na produção industrial e o fraco crescimento nas vendas do varejo, ambos em junho, foram os principais motivos para a queda do IBC-Br agora.
"A leitura fraca (do indicador) aumenta preocupações de que a atividade pode estar desacelerando mais rápido que o esperado, conforme já sinalizado pela queda na produção industrial em junho e o modesto crescimento nas vendas do varejo naquele mês", afirmou em relatório.
Em junho, a produção industrial caiu 1,6 por cento contra maio, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Analistas consultados pela Reuters projetavam queda de apenas 0,2 por cento. Na ocasião, o IBGE também revisou os dados dos meses anteriores, a maioria para pior.
Naquele mesmo mês, as vendas no varejo brasileiro registraram ligeiro avanço de 0,2 por cento em junho sobre maio.
O IBC-Br, no acumulado do ano, mostra ainda alta de 3,74 por cento e, em doze meses, de 4,89 por cento. A estimativa do próprio BC para o crescimento do PIB em 2012 é de 4 por cento.
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